quarta-feira, 16 de junho de 2010

olho pros lados
não vejo nada apesar de tudo estar no seu devido lugar
as pessoas olham estranho para mim
como se eu fosse alguém diferente ou esquisito, não sei...

será que não se pode ser feliz
sem despertar os franzidos nas testas alheias,
ou importar os tremores nos lábios invejosos...
ou o aperto nos dedos dos corretos,
e a dúvida nos corações impuros?

Porque ao posso ser eu mesma
a ponto de libertar o meu próprio eu
nas ruas, nas praças ou mesmo na minha mesa.
Gostaria de saber onde escreveram essas regras
desse pudor que me obriga a me conter
quando minha vontade é me lançar ao regozijo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Me disseram para encarar
para colocar os pés no chão
para querer o palpável
Mas como?

Me jogaram nessa realidade
tencionando me alertar
pois o certo é o planejável
Mas como?

Como desejar o possível
se é o impossível que me seduz
como não querer o inalcançável
alguém diga, como?

Como não me transpor ao concebível
e não me lançar ao incrível
como não ansiar pelo inefável
alguém, por favor, me diga, como?

Se o meu coração nasceu para sonhar
e me guiar por esse mundo são
onde se preza pelo dispensável
prefiro ser insana ao saber como.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não sabia o que decidir
não sabia o que escolher
dois caminhos para ir
impossível não enlouquecer

Mas eu já estava lá
e o que mais valia
um futuro ao Deus dará
ou um momento com maestria

O futuro parecia certo
alguma coisa me dizia
mas com você tão perto
ninguém te negaria

Em meio a esse particular alvoroço
decidi por me permitir ter
esse curto mas grandioso
cálido momento de prazer

adoro brigadeiro

terça-feira, 11 de maio de 2010

Havia esquecido como sou frágil
como dependo do tudo ao redor
para o eu mesmo se acalmar

e como perder tudo é fácil
tudo pode ir do céu ao pó
se um detalhe falhar

Insisto em insistir no inábil
e quando me vejo estou só
até sua mão me apertar

E me deparo com uma verdade ágil
e vejo que sou bem maior
posso voltar a sonhar

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Por que, ao andar, devo sempre olhar para frente
e sempre seguir uma linha reta sem desviar?
Onde está a minha liberdade de ir e vir
minha prerrogativa de optar?

Por que será que tenho que ir por onde devo ir
Por que será que não posso errar
E quem disse que escolher o próprio caminho é erro
Quem instituiu onde devo estar?

Também é útil olhar para trás
saber por onde foi e aprender
se errou, tanto faz,
o que importa é viver

quarta-feira, 31 de março de 2010

Rotina

Em meio a tantos papéis e perguntas tolas
me vem a cabeça teu sorriso
me deparo com tantos números desencontrados
e me recordo do seu abraço
analisando a melhor maneira de desconstituir algo certo
me pego suspirando por ti

Difícil fazer o errado parecer melhor
complexo refletir sobre algo tão enquadrado
complicado manter a cabeça no lugar
quando ela voa até aquele momento
em que só existíamos você e eu
sem números, sem papéis, bem simples.
 

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Hoje o vento me trouxe seu perfume
não aquele de três dígitos
mas o que exala de seu corpo
quando seu coração trabalha acelerado

Imediatamente sorri
pois apenas pensar em ti me faz feliz
sensação que aquece meu próprio
e o chão me rouba

E fico assim a flutuar
a imaginar nós dois assim
por um tempo que não cesse
por uma vida em um segundo

Quem dera tudo isso não fosse sonho
quem dera isso tudo não tivesse fim
quem dera o mundo parasse
mas tudo se limita ao "se".

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Olhar para mim agora chega a ser estranho
eu, que há apenas algum tempo
me limitava a ver a vida com os olhos

Eu, que me contentava em respirar
e me limitava àquela rotina sem significado algum
pois todos os sonhos e desejos eram tolos

E agora me vejo assim
tola e desejosa
sonhando de olhos abertos

Vejo-te chegar e ver-me
sinto teus braços fortes a apoiar-me
eu, que já não tenho forças para negar

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dificil decifrar esse olhar
às vezes doce, às vezes duro
compreensivo, até divertido
e outras tantas escuro, dividido

como decifrar, como entender
sem obter a maldita resposta
se tudo o que faço é questionar
como esquecer,como aceitar

essa resposta que por certo tenho que advinhar
pois mesmo sem saber ela existe
esse porquê que virá sem razão
certo ou não.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Todas as vezes que vai embora
deixa atrás de seus passos vazios
um rastro de palavras que muitas vezes não disse
mas demonstrou no instante em que se esvaiu

Todas as vezes em que me deixa aqui
sozinha a pensar nos porquês
nunca consigo alcançar-te
nem prender-te pra não mais ir

Por que não pode apenas estar aqui
por que não pode tentar
por que não sou assim
por que tenho sempre que chorar?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Num gélido ar aprisionada
para o mundo e para si
permaneceu fechada
sobrevivendo, apenas, ali

Deparou-se ela, porém,
por vontade à sua alheia,
com um calor aquém
o qual não se limita às veias

Se viu então em meio a tal confusão
de todo o nada que a limitava castrou-se
e toda a dúvida veio como explosão
e abrir deixou-se

Mediante doçuras e encantos
abriu-se com medo, devagar
deixou a antiga nos cantos
deixou-se de verdade amar

Aos poucos abriu-se simplesmente
arrependeu-se de ser tão medrosa
permitiu-se ser quem é realmente
símbolo do amor... uma rosa.