quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Escolhas...

Algumas decisões simplesmente são tomadas
Sem sabermos o quão importantes elas serão
Sem contarmos com a sabedoria necessária
Nem a vivência que a vida e o fado nos exigirão

Não adianta também viver a olhar para trás
Nem indagar ou questionar com tantos porquês
As decisões tomadas são aquelas e pronto
Independentemente da loucura, da insensatez

Não se pode, outrossim, se prender ao medo
Nem podemos nos deixar limitar pelo temor
As decisões são sim necessárias para seguirmos
Traçam nosso caminho ao inferno ou ao amor

Vivemos assim nessa dificuldade de viver
A escolher sem saber, a andar vendados
Sem poder parar sob pena de perder
E a temer optar pelos passos errados.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Em alguns momentos da vida, impossível não supreender
não agimos como esperávamos agir
tampouco somos quem esperávamos ser

Em alguns momentos, quem somos esquecemos
olvidamos nossos antigos anseios
não lembramos de onde viemos

Na
vida estamos sempre a nos transformar,
somos como rio em que a água nunca é a mesma
um conjunto de tudo o que passamos e vamos passar

Como então do outro coerência esperar
como tentar compreender alguém de verdade
por que estamos sempre a nos decepcionar?

Não há porquê para tantas expectativas
por um alguém que como nós é inconstância
mas insistimos em ansiar por justificativas

Então novamente em tormento quedamos
esperamos, queremos, sofremos
e, mais uma vez, mudamos.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Liberdade de amar

Hoje me bateu saudade não do amor,
mas da reciprocidade
Não de amar
mas da liberdade

Saudade daquela certeza de ser
o amor de alguém
Saudade de poder demonstrar
que ama e nada além

Saudade de não ter restrições
Saudade de não me importar
Com as consequências dos meus atos
Saudade de não me preocupar

Hoje lembrei de como fomos felizes
E quis procurar a ti
Mas então recordei o porquê de nossa distância
Nada pude fazer, desisti.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Segredo

Teu desdém me seduz
Tua ausência me cega
Até que vens e me nutre com teu calor
E me priva novamente de ti

Nem me conheces a fundo
Mas parece conhecer todas as minhas fraquezas
Sabes tão pouco de mim
e ainda assim sabes exatamente como me render

Não entendo como me lês tão profundamente
se nossos olhares mal se cruzaram
Nem como meu corpo tem sede pelo seu toque
se em teus braços apenas estive poucos momentos

Descobriste o segredo do cadeado
Encontraste a chave tão bem escondida
Ou apenas forçasse a fechadura
Que há muito fora esquecida?

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Doce platônico

Quando te vejo, algo me domina
Algo que não consigo nomear
Amor não é, eu sei, só me fascinas
De um jeito que não consigo explicar

Esse seu jeito de falar mansamente
E esse sorriso meio vulgar
Essa tensão que não sai da minha mente
Simplesmente não posso me controlar

Sempre fantasiei um momento como esse
Queria mas não conseguia acreditar
Por isso não pude expor meu interesse
Eu quis, mas não consegui demonstrar

Agora que não há mais possibilidade
Volta esse fascínio a me provocar
Sei que não te terei, é verdade
Acho que gosto de me atormentar

sábado, 19 de maio de 2012

Gostaria de ser eu mesma
Sem permissão, sem razão
Sem a necessidade de destreza
Queria viver sem essa pressão

Gostaria de ser apenas alguém
Um qualquer um firmado na emoção
Fazer o bem sem olhar a quem
Queria não ter toda essa percepção

Gostaria de viver apenas
Não ter qualquer preocupação
Não me importar com coisas pequenas
Queria não pensar tanto, não ter noção

domingo, 13 de maio de 2012

Meus olhos só permitem a mim te enxergar
E outro par não admite minh'alma
Gostaria unicamente de parar de pensar
Exijo sair dessas águas calmas

Porém, me afogo em seu cheiro novamente
E me perco em seus braços outra vez
Me autorizo a ir simplesmente
E deixo de lado a timidez

Seguro em sua mão confiante
Acredito de novo em seu sorriso
E consigo ver em seu olhar, por um instante,
Tudo e só aquilo que eu preciso

A inebriante sensação se repete
Aquela que por dentro nos preenche
Aquela que não há quem interprete
Aquela que tão somente se sente

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Persistência perdida

Me perdi em seus braços,
Lutei até o fim
Desejei

Esqueci do meu próprio eu
Quis ser assim
Escondi

Pois meu coração gritou forte
mais que a razão enfim
Escolhi

Até que a realidade me massacrou
Não pude evitar
Chorei